Em entrevista à Rádio Renascença, Cavaco Silva assegurou, no entanto, que a revelação pública dos conselhos dados ao Governo só aconteceria depois de esgotada a via do diálogo com os restantes órgãos de soberania, com os quais afirma querer manter uma "cooperação leal", se for eleito a 22 de Janeiro.
"Na segunda fase voltava a insistir, sempre em conversa particular com o primeiro-ministro, na medida em que acho que deve existir uma cooperação leal entre órgãos de soberania e não viria imediatamente para intervenções públicas sobre essa matéria. Talvez ainda à terceira vez voltasse a insistir, se fosse algo que eu considerasse muito importante", disse.
"Podia depois recorrer a uma mensagem à Assembleia da República, mas, quando chegasse a altura, se fosse algo que considerasse fundamental para o desenvolvimento do país, não deixaria de fazer a minha intervenção pública e revelar os pedidos que tinha feito ao primeiro-ministro nessa matéria", acrescentou.
Na entrevista, Cavaco Silva manifestou-se depois surpreendido por os seus adversários não explicarem "como vão exercer" as funções caso sejam eleitos, dando "a impressão" que "não esperam" vencer as eleições de 22 de Janeiro.
"Quero falar com os portugueses e explicar-lhes como vou exercer a minha magistratura. Esperaria que os outros candidatos - e isto está a ser uma surpresa para mim - fossem explicar como é que vão exercer a magistratura", afirmou.