1ºa vez - "Apesar de tudo ela gira" A humanidade tem sido sempre confrontada com a necessidade de lutar para poder evoluir. Luta essa que tem sido sempre feita contra os detentores do poder e da "moral", quero dizer, o poder do estado o poder do dinheiro o poder da igreja. Este referendo é, tão só, mais uma batalha na luta por um mundo mais justo. Refiro, também que a luta é desigual, mas já estamos habituados. Os meus pontos de vista: 1º: este referendo seria desnecessário se os deputados assumissem as suas responsabilidades. É para isso que eles lá estão tendo sido eleitos pelas suas propostas. não faz muito sentido gastarem dinheiro em campanhas eleitorais espondo os seus pontos de vista para serem eleitos e depois na hora da verdade "sacodem a água do capote". passando a sua responsabilidade para nós. Foi mais uma manobra para adiar o enevitàvel. Foi também por isso que à 9 anos o ex-Presidente do PSD SR.Marcelo Rebelo de Sousa propôs o referendo. Foi mais uma forma de adiar, pois a seguir la vem o Igreja conservadora e anti-progresso, apoiada pelos meios de comunicação social fazer o restante trabalho. 2º: A pergunta é sim ou não à despenalisação e não sim ou não à vida. Porque se fosse sim ou não à vida, os lideres apoiantes do não, também se teriam manifestado contra a guerra, contra a fome, que mata, contra a miséria, que mata, contra as leis laborais (Bagão Felix-ex-ministro da Seg. Social), estas também a regressar ao séc. XIX, que promovem a precaridade de emprego, a redução do nº de horas em trabalho noturno, empurrando as mulheres (famílias), para uma equação muito difícil. Mais exemplos podería dar. 3º: As mulheres, no sec. XIX não tinham direito a voto, hoje querem proibi-las de pensar e decidir. Quando aos apoiantes do não lhe faltam argumentos escudam-se no código penal, apelidando as mulheres de criminosas.
2ª vez - Que o Socrates não merece o nosso respeito, estou 100% de acordo. Mas, mais uma vez, não é isso que está em discussão. O que está em causa é: 1º- A pergunta a que vamos responder. Se somos a favor que a mulher continue sujeita à instauração de processo crime "não", ou se não "SIM"; 2º- Se queremos que a mulher continue a abortar fora do sistema (clandestinamente), com todos os problemas que isso tem e possa gerar "não", ou se queremos que ao optar por abortar o faça em segurança, entrando no S.Nac. de Saúde, podendo aí sim ser acompanhada por um grupo multi-disciplinar e dessa forma poder mesmo mudar de opção "SIM". Há muitos anos que têm apresentado na Assemb. da Républica, propostas de Lei a favor da despenalização da IVG. Nunca os adeptos do "não" votaram a favor de qualquer que fosse a alteração, por mais pequena que fosse. Já nos anos oitenta os mesmos votaram contra às excepções da actual lei. Sempre disseram que o povo é que deveria decidir, porque assim, foram adiando a alteração, pois sabem que nas campanhas têm dinheiro para arranjarem argumentos falaciosos. Na 1ª semana os argumentos do "não" centraram-se no embrião e no feto para trocar ao coração...manhosos. Na 2ª semana é: votem não que depois mudamos a lei... duplamente manhosos. O que querem é que fique tudo na mesma. Então fazem-nos uma pergunta (o CDS e o PSD votaram a favor da pergunta) e agora querem que nós respondamos a outra coisa? Acham que somos burros?
Eu por isto e muito mais,
voto "SIM"
( o nosso obrigado pela colaboração,caro VDMATOS )
( publicado por VDMATOS )