Já não se pode estar bem em lado nenhum, nem a trabalhar a pessoa está segura.
Devem saber do que falo, a noticia que nos tomou de tristeza durante este fim de semana da Páscoa.
A toda a família os nossos sinceros sentimentos.
A seguir a noticia publicada no
Correio da Manhã.
Uma mulher de 43 anos, funcionária da bomba de gasolina ETC, situada na Estrada Nacional 118, junto a Benavente, foi executada, na sexta-feira à noite, com um tiro de pistola na cabeça. Eduarda Ferreira, a vítima, serviu de escudo humano durante a fuga de três assaltantes que, acossados pela presença da GNR, a mataram.
À hora de fecho desta edição, permaneciam por deter cinco fugitivos (os três assaltantes e dois cúmplices). As autoridades ainda estavam, ontem à noite, empenhadas numa autêntica caça ao homem coordenada pela Polícia Judiciária e com participação da PSP, GNR e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
A vítima do crime era casada. Deixa órfãos uma filha de 20 anos e um menino de oito. Eduarda foi morta para salvar a vida da filha, oferecendo-se para, em vez dela, ser usada como escudo durante a fuga dos assaltantes.
Os três ladrões tinham caçadeiras à vista. A empregada da bomba terá, no entanto, sido morta com um tiro de pistola, calibre 6,35 mm, no lado direito da cabeça. A arma estaria escondida nas roupas do autor do homicídio, disse ao CM fonte da GNR.
Alexandra, filha mais velha de Eduarda Ferreira, foi apanhada no meio de toda a violência porque, pelas 21h00 de sexta-feira, resolveu ir ter com a mãe à estação de serviço.
Ela ofereceu--se para ajudar a fechar as contas do dia. Quando acabassem, iriam as duas para casa, disse ao CM fonte familiar.
Atarefadas, ambas não se aperceberam da chegada de cinco assaltantes, que estacionaram uma carrinha Audi A6 preta nas traseiras da bomba de gasolina.
Dois permaneceram no veículo e os outros três saíram, cada um armado com uma espingarda caçadeira, tipo shot-gun. Dois eram brancos, com as caras tapadas por gorros, enquanto o terceiro era negro, de cara descoberta, referiu um informador da GNR.
Os três assaltantes abriram caminho, pontapeando a porta da loja do posto de combustível. Enquanto um apontava uma caçadeira a Eduarda e à filha, os outros dois desligaram as luzes, e encaminharam-se para a caixa registadora, de onde tiraram cerca de mil euros.
Pressionados pelo tempo, os três assaltantes não ficaram satisfeitos. Pediram à Eduarda que ela abrisse o cofre da bomba de gasolina. Ela disse que não sabia o código, acrescentou o mesmo fa- miliar.
Alertada por uma chamada anónima, uma patrulha de dois militares da GNR de Benavente chegou, entretanto, ao local. Intrigados com a falta de luz na loja, os guardas ligaram os máximos do carro- -patrulha, que fizeram incidir na loja.
Assustados, os três assaltantes viram Eduarda e a filha como os únicos passaportes de saída da loja. Alexandra, a jovem, foi a primeira a ser seleccionada. Eduarda ofereceu-se para ir em vez da filha, fazendo com que a jovem fosse amarrada e fechada numa casa de banho.
Com um braço em redor do pescoço de Eduarda e com uma caçadeira na outra mão, um dos assaltantes saiu para a rua. De imediato lhe seguiram os outros dois.
Os militares da GNR ouviram um disparo, proveniente de uma zona escura. De imediato foram disparados pelo menos três tiros na direcção dos assaltantes, que escaparam. Quando a patrulha viu melhor a situação, já os três indivíduos tinham entrado na viatura e fugido. O cadáver da gasolineira foi descoberto junto à lavagem automática da bomba de gasolina, referiu o mesmo informador.
Alexandra Ferreira, filha de Eduarda, escapou ilesa, conseguindo desenvencilhar-se das cordas que lhe atavam as mãos e correndo em direcção à GNR.
JUDICIÁRIA LIDERA CAÇA AO HOMEM
Após a fuga dos assassinos, as forças policiais montaram uma gigantesca caça ao homem. A operação é coordenada pela Polícia Judiciária e envolve elementos da Polícia de Segurança Pública, da GNR e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). As autoridades procuram cinco homens, três negros e dois brancos, todos na casa dos 20 anos, que se fazem transportar numa carrinha Audi A6 preta, com matrículas falsas.
O FILME DO CRIME
Os militares da GNR que enfrentaram o gang garantem que só dispararam depois de terem ouvido um tiro que matou Eduarda Ferreira. Segundo esta versão, a funcionária da bomba foi executada por um dos assaltantes.
1 - CHEGADA DA GNR
O carro-patrulha chega ao local e o condutor aponta os faróis para a loja. Os militares vêem três assaltantes e um deles tem Eduarda Ferreira, a empregada das bombas, como escudo de protecção.
2 - HOMICÍDIO
Os assaltantes fogem com Eduarda em direcção à máquina de lavagem, para o lado esquerdo da GNR. Os guardas ouvem um tiro. Eduarda cai morta. Os militares só então disparam.
3 - ESCUDO HUMANO
Um dos homens do gang, à chegada da GNR, escolheu a filha de Eduarda, Alexandra, de 20 anos, para servir de escudo para a fuga. Mas Eduarda pediu-lhes para tomar o lugar da filha. Com o braço de um dos assaltantes em redor do pescoço, a funcionária das bombas foi levada para a rua. Cá fora, a GNR de Benavente esperava pelos assaltantes.
4 - FUGA A PÉ PELA VEDAÇÃO
Os três assaltantes escapam a pé pela vedação destruída.
5 - CÚMPLICES AGUARDAM NO CARRO
Uma carrinha Audi A6, com dois ocupantes, arranca a alta velocidade com o resto do gang.
6 - GNR PRESEROU AS PROVAS
Militares da GNR de Benavente preservaram as provas
do crime, recolhidas pela PJ.
PORMENORES
CHINELOS
Alexandra Ferreira, filha de Eduarda, a vítima do crime,
livrou-se de ser tomada como escudo humano por causa dos chinelos que trazia calçados. A mãe ofereceu-se, porque disse que a filha estava de chinelos e não ia conseguir saltar a rede das traseiras, disse ao CM fonte familiar.
FUGA
Dois dos três assaltantes fugiram para a carrinha antes da consumação do homicídio de Eduarda Ferreira. O autor do crime foi o último a entrar na Audi A6. Só o fez depois de ter baleado a gasolineira na cabeça.
CORPO
Uma brigada de investigação de homicídios da Polícia Judiciária de Lisboa chegou ao local, cerca de uma hora após o crime. Os investigadores recolheram todos os vestígios necessários ao inquérito, tendo o corpo sido retirado apenas pelas 02h00, mais de cinco horas após o crime, e perante o olhar indignado de vários familiares.
AUTÓPSIA
O cadáver de Eduarda Ferreira foi levado para a morgue do centro de saúde de Benavente. Ontem, ao princípio da tarde, uma ambulância dos Bombeiros Voluntários locais transportou o corpo para o Instituto de Medicina Legal, em Lisboa, onde deverá ser amanhã sujeito a uma autópsia.
VIGILÂNCIA
Todos os passos dos três assaltantes ficaram gravados no sistema de videovigilância instalado pela gerência das bombas ETC. A entrada na loja, os cerca de dois minutos passados dentro das instalações das bombas e, o mais importante, o momento do disparo que vitimou Eduarda Ferreira. A Polícia Judiciária já visionou os registos e levou as cassetes para juntar ao inquérito.
GNR ABRE INQUÉRITO
O Comando-Geral da GNR anunciou um inquérito interno à acção dos militares do posto de Benavente, junto às bombas da ETC.
MUNIÇÕES RECOLHIDAS
A Polícia Judiciária de Lisboa recolheu envólucros de cartuchos de caçadeira, e de munições
de pistola no local do crime.
ASSOCIAÇÃO PEDE POLÍCIA
A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis pediu o reforço policial junto das estações de serviço de todo o País
CRIMES DE GANGS SUBIRAM 12,9%
O último relatório de segurança interna é claro. Registaram-se 7595 crimes praticados por grupos em Portugal, durante o ano de 2006, mais de vinte casos por dia. Face a 2005, estes números representam uma subida de 12,9 % (mais 866 crimes).
O Gabinete de Segurança Interna (GSI), responsável pela redacção do Relatório de Segurança Interna, define criminalidade grupal como todos os crimes praticados por três ou mais elementos.
A área policiada pela GNR foi a que registou uma maior subida nos crimes em grupo, com um aumento de 27,2% (2215 casos) face a 2005. Nas zonas da PSP, os delitos atribuídos a gangs aumentaram 7,9% (5380 casos), comparativamente ao ano passado.
A fácil mobilidade dos grupos de assaltantes foi factor preponderante nesta subida registada pelo GSI.
Em paralelo a este aumento, consagrado no documento que o Governo apresentou a 29 de Março na Assembleia da República, verificou-se também uma subida de 2% no total da criminalidade praticada e na violenta e grave.
Nesta tendência, assumiu especial destaque a subida dos homicídios (91 346 crimes), crimes contra o Estado, como a desobediência (mais 7,3% com 5791 casos) e os crimes previstos em legislação avulsa, como o tráfico de droga (mais 15,9%, com 31 090 crimes).
NÚMEROS
- 556 raptos, sequestros ou tomadas de reféns em 2006. Estes números subiram 26,9% face a 2005.
- 222 roubos a postos de abastecimento de combustível no ano passado. Descida de 0,9% face a 2005.
- 22 crimes de associação criminosa. Aumentaram 37,5% em relação ao ano de 2005.
- 194 homicídios voluntários praticados em 2006. Aumentaram 20,5% face ao ano passado.
- 1204 crimes de posse ou tráfico de armas. Em relação a 2005, representam subida de 31,9%.
- 1547 invasões de propriedade alheia. Aumento de 23,2% face a 2005.
[ trabalho realizado por "Pipoca" a 8 de Abril ]
[ As nossas desculpas á autora e a todos os leitores pela demora de publicação. ]
[ Da nossa parte á família enlutada os nossos mais sinceros pesâmes ]