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Mai 07
No atelier do alfaiate Manuel Fernandes Marques.

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É numa pequena loja, dissimulada, junto à estrada municipal 515, no Biscainho, que alguns cavaleiros tauromáquicos do país mandam fazer as suas casacas, coletes e tricórnios. A alfaiataria de Manuel Fernandes Marques já tem meio século de existência.

A alfaiataria de Manuel Fernandes Marques é uma das casas de referência no país para a confecção das vestimentas dos cavaleiros tauromáquicos. Pela loja do Biscainho, concelho de Coruche, já passaram e continuam a passar os grandes da festa taurina. João Moura, Paulo Caetano, António Ribeiro Telles, Rui Salvador, Luís Rouxinol e as senhoras Sónia Matias e Ana Batista, são alguns dos muitos exemplos.

A “culpa” é de Manuel Fernandes Marques que, aos 71 anos, continua a todo o vapor na confecção dos trajes para os cavaleiros, com a ajuda da esposa, Maria Margarida. Com 18 anos prometeu à Senhora do Castelo (padroeira de Coruche) que se encontrasse alguém que lhe ensinasse a arte tradicional da alfaiataria andava um ano com uma gravata preta. Iniciou-se então nos trabalhos e cumpriu a promessa.

Começou por fazer calças, coletes e afins mas, numa terra de tradição taurina, a transição era inevitável. Foi a Lisboa à academia das artes taurinas ver como se faziam os cortes e bordados, para aprender, e tomou-lhe o gosto.

Actualmente é a referência nacional na arte de bem vestir os cavaleiros tauromáquicos. A fama e o proveito já lhe valeram mais de 15 idas à televisão para falar do que sabe fazer melhor.

A primeira casaca que fez foi para João Telles, já lá vão 30 anos. Também serviu os “jovens” Paulo Caetano e João Moura, além de referências do passado como João Núncio e António Luís Lopes (Coruche).

Até uma portuguesa que foi eleita miss num concurso na Austrália lhe encomendou uma casaca verde há alguns anos. “E que belas pernas ela tinha”, diz com ar malandro Manuel Marques apontando para a foto que repousa numa vitrina cheia de recordações.

Os tecidos são importados de França, Inglaterra e Japão. Cetins e sedas especiais a preços proibitivos. Só o cetim para uma casaca pode custar cerca de 300 euros. Casaca, colete, calção e tricórnio são as peças de vestimenta do cavaleiro. Um conjunto pode ficar em 2.500 euros. “Os materiais são caros e são dispendidas muitas horas, entre 150 e 200 horas para um conjunto. São duas ou três semanas de trabalho”, refere Manuel Marques.

Os desenhos, bordados a ouro, prata, missangas ou lantejoulas são os tradicionais, com motivos florais, mas também surgem novas tendências como os desenhos geométricos mais típicos de Espanha. As cores mais pedidas são o azul, vermelho e verde, mas também fabrica casacas brancas e cremes. Para toureiros não trabalha mas de vez em quando faz roupa para grupos de forcados.

Nunca é demais repetir e divulgar uma figura do Biscainho.

Fonte : Jornal O Mirante
Trabalho preparado para publicação por : Pipoca
publicado por sorraia.blog às 00:27

ab_exp_btouros.jpgExposição de Pintura de Antonieta Janeiro, na Galeria do Centro Cultural de Samora Correia, até 27 de Maio.

Biografia de Antonieta Janeiro.
Maria Antonieta de Bastos Janeiro Alves Pena-Ramos é natural de Lisboa, tendo-se fixado no Ribatejo há 20 anos.
Desde muito cedo, porém, que a lezíria, o Tejo, o cavalo e o toiro lhe eram já familiares e lhe povoaram o cenário de muitos dos seu desenhos, telas e escritos.
Licenciou-se em Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, onde pertenceu à "Geração de Oiro" dos anos 60/70, tendo sido aluna de prestigiados nomes da nossa Cultura como Vitorino Nemésio, David Mourão-Ferreira, Lindley Cintra, Monteiro Grilo, Jacinto do Prado Coelho, Sebastão Diniz, Teresa Santa-Clara Gomes, Maria de Lurdes Belchior -- apenas para mencionar alguns --, e colega de tantos outros que têm vindo a fazer História e a deixar Obra, como Arnaldo Saraiva, João de Melo, Medeiros Ferreira, Vasco Pulido Valente, Luís Feist, Maria do Céu Guerra, Edite Estrela, figuras com quem viveu as inflamadas movimentações estudantis que preconizaram, abriram caminho e cimentaram a Revolução de Abril.

Em simultâneo com os seus Estudos Universitários nas Letras, matriculou-se na S.N.B.A., para dar sequência ao velho sonho das Artes Plásticas que a caracterizaram desde que tem memória, e a evidenciaram junto de todos com quem viveu e conviveu. Nas Artes teve como Mestres outras tantas figuras de relevo como Sá Nogueira, Fernando Conduto, Mário Chicó, José Augusto-França, entre muitos.

Fonte : Câmara Municipal de Benavente
publicado por sorraia.blog às 00:18

ab_exp_gcolonial.jpgO livro “As Feridas Invisíveis – Crónicas de uma ida à Guerra”, de Silva Martins (edição da Câmara Municipal de Benavente, pertencente à colecção “Memórias da Nossa Gente”) e a exposição de fotografia “Guerra Colonial – A Memória em Imagens”, inserem-se num programa vasto de redescoberta da nossa identidade colectiva sobre acontecimentos marcantes da nossa história contemporânea. Duas gerações atravessaram o conflito colonial, nas três frentes de guerra, de 1961 a 1974. Dessa passagem, dessa dolorosa experiência, a Câmara Municipal de Benavente não quis deixar de recolher testemunhos gráficos impressivos, através do relato escrito e fotográfico de alguns dos seus protagonistas, desse doloroso período da nossa história recente.

Entendemos que a memória deve servir de pedagogia e, na sua dialéctica assunção, proporcionar aos que não viveram estes acontecimentos, um claro conhecimento através dos testemunhos daqueles que os viveram e sofreram.

Por esse facto, o Museu Municipal de Benavente idealizou esta exposição, pedindo a colaboração de antigos combatentes, naturais do município, no sentido de cederem fotografias que testemunhassem a sua passagem pelo conflito colonial. A adesão à ideia inicial por parte da população ultrapassou todas as expectativas, conseguindo-se dessa forma reunir um número muito significativo de fotos e outros elementos testemunhais que em muito contribuíram para tornar abrangente a referida exposição. Do espólio recolhido, foi possível seleccionar 150 fotografias (as mais significativas), aumentadas para tamanho A4, que nos dão do conflito, a imagem do vivido em território estranho e em situações limite, por uma geração que de todo desconhecia o terreno e o substantivo da guerra para a qual foi chamada a participar.

O livro “As Feridas Invisíveis – Crónicas de uma ida à Guerra”, de Silva Martins, dão-nos, em tom de relato intimista, toda a dimensão do horror vivido pelos militares mobilizados para Angola em 1961 que tiveram a missão difícil e quase humanamente insuperável de ter de enfrentar uma guerra para a qual não estavam preparados técnica, militar e psicologicamente, em terreno hostil e perante um povo que de todo desconheciam.



Horário da exposição:

de terça a sexta-feira - das 09.00h às 12.30h e das 14.00h às 17.30h

aos sábados – das 14.30h às 18.30h

Fonte : Câmara Municipal de Benavente
publicado por sorraia.blog às 00:14

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