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Set 04
Dizem-me que sou exagerado. No sentido de levar tudo aos extremos.
Sobretudo nos afectos. O que tem – reconheço – as suas consequências.
Nem sempre agradáveis. Ou positivas. Para eu próprio e para os que me
rodeiam.
Pessoa que, por qualquer motivo, que considere grave, entre em
conflito comigo, tem o destino traçado: o desprezo. Visceral.
Absoluto. Nem para a cara lhe consigo olhar. É como se deixasse de
existir.
Pelo contrário, posso perder-me de amizades e amores por quem me cair
no goto. Ao ponto de me esquecer de mim próprio. De defender essa
pessoa até às últimas consequências. De fazer tábua rasa de todos os
comentários menos abonatórios que os outros possam produzir sobre a
mesma.
É uma questão de personalidade mas não deixa também de poder ser um
senhor problema. Porque pode atingir níveis de quase cegueira em
relação à realidade. E quando nos afastamos da realidade estamos a
correr fortes riscos de violar normas mínimas de convivência e bom-
senso. Para além de caminharmos no sentido do abismo das desilusões e
do sofrimento, se, como por vezes também acontece, afinal estarmos
mesmo enganados e termos apenas construído uma imagem ao nosso gosto.
Mas se personalidades ou feitios são para carregar por toda a vida,
não há outra solução a não ser assumi-los. Com as tais consequências.
Nem sempre agradáveis. Ou positivas. Para nós próprios e para os
outros – outros a quem não nos restará mais do que agradecer a sua
paciência e pedir as suas desculpas quando formos injustos pelos
exageros dos afectos.

( Posted by HOMEMVIRTUAL )
publicado por sorraia.blog às 21:06

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