Alegre deixou no ar críticas ao Executivo socialista. Sem nunca mencionar o nome de José Sócrates, denunciou as reformas que são feitas contra as pessoas, a lógica neoliberal aplicada aos serviços de saúde, a consolidação das contas públicas encarada "como um fim em si mesma" e os despedimentos na administração pública.
"Não se pode equilibrar o orçamento à custa dos direitos sociais. Não se pode endireitar as contas públicas à custa dos doentes e dos reformados, nem da desertificação do interior", sublinhou o histórico socialista. Insurgindo-se contra a aplicação de taxas moderadoras sobre cirurgias e internamentos, o aumento dos impostos sobre pensionistas e a extinção de urgências hospitalares, Alegre deixou este aviso, sublinhado com aplausos: "A autoridade pela autoridade não faz parte da cidadania democrática, nem dos valores do 25 de Abril." E também este: "É preciso que quem exerce, com legitimidade, o poder democrático, não se feche em si mesmo nem deixe de ouvir a rua."